O Setúbal Triathlon, é um triatlo de média distância, isto é 70.3 milhas, a mesma distância do half Ironman, consiste num percurso de 1,9km de natação, seguido por 90km de ciclismo e culmina com uma meia-maratona, portanto, 21,1km de corrida.

Na minha estreia, senti claramente mais dificuldade na natação, pelo mar picado que estava. Tentar nadar com ondas e cerca de 1000 participantes representou para mim, a maior dificuldade da prova, mas que ainda assim consegui concluir com alguma satisfação. Saímos da água a correr para a primeira transição, e surgiram algumas escolhas como levo impermeável, levo colete ou simplesmente não levo nada 

Optei por levar apenas os manguitos para resguardar os braços e exibir o bonito trisuit do CA, calçar os sapatos de ciclismo, capacete e pegar a bicicleta para sair a correr no parque de transição e iniciar o percurso de 90km de ciclismo.

O segmento de ciclismo apresentava um circuito de duas voltas, onde a primeira dificuldade surgiu logo nos primeiros 15/20km com vento muito forte, atenuado no percurso de volta, apenas para ser marcado, na chegada à Arrábida, por chuva intensa, o que mereceu especial cautela, sobretudo nas descidas. Mesmo com todas estas dificuldades, foi especialmente satisfatório ter a família a apoiar, e ouvir um  “força pai...és o maior!” que se voltou a repetir mais vezes ao longo da prova e do segmento de corrida. Com isto, consegui recuperar cerca de 150 posições e concluir o segmento de ciclismo em 3h.

A segunda transição inicia-se com a entrega da bicicleta a um elemento da organização, e ainda a correr meio atabalhoado com os sapatos de ciclismo, chego ao saco que continha as minhas sapatilhas de corrida. Depois de calçadas, e já com alguma fadiga acumulada, inicia-se o segmento de corrida, composto por uma meia-maratona num percurso de 4 voltas, mais uma vez, marcada por chuva intensa, desta vez mais forte, enquanto as ruas de Setúbal se tornavam quase como uma “extensão do segmento de natação” de tanta água que se acumulava. Novamente o apoio de todas as pessoas que se deslocam para apoiar os triatletas mesmo debaixo de toda aquela chuva, dá-nos força para superar todas estas dificuldades e terminar a prova no melhor tempo possível.

Consegui concluir esta prova, que me desafiou em vários níveis tanto física com mentalmente, com um tempo de 5 horas e 44 minutos, o que me pareceu um tempo bastante razoável para uma estreia na distância e na modalidade.

Este resultado não seria possível sem a dedicação e o empenho, não só no dia do triatlo, mas sobretudo nos dias de treino, muitos deles difíceis, em que, levantar às 5:30 da manhã com chuva ou frio, para correr ou pedalar ou fazer treinos de reforço muscular, não apetece nada. E ainda assim depois do treino é necessário preparar os meus filhos para irem para o jardim de infância. E depois, começa o dia-à-dia de trabalho, a enfrentar um novo desafio que abraçámos no CA, com a criação de uma nova equipa (há cerca de 1 ano), o Gabinete de Estratégia e Gestão de Imóveis, “ah” e no meio disto não esquecer que, muitas vezes é necessário ir a correr à hora de almoço fazer treino de natação, para dar umas braçadas que me permitiram enfrentar da melhor maneira as condições que encontrámos no primeiro segmento da prova.

Com tudo isto, sinto-me especialmente grato a esta casa (o Grupo CA) e ao Centro de Cultura e Desporto do CAM, aqui representado pelo núcleo de triatlo. Sem dúvida que o apoio com a flexibilidade dos horários de trabalho / condições / trabalho remoto, são pequenas, mas grandes ajudas, definitivamente cruciais para conseguir encaixar todas estas peças.

Por fim resta-me dizer que também não teria alcançado este objetivo sem o apoio incondicional da minha família, por esse motivo a todos, o meu muito obrigado.